Érica Nacarato
Nas últimas décadas, responsabilidade social tornou-se um assunto muito discutido e praticado dentro do ambiente empresarial. Conscientes de seu papel na sociedade, as organizações passaram a criar projetos, planos e ações de sustentabilidade, e com isso a dar mais valor para os profissionais que também tenham essa consciência e exerçam a sua cidadania ajudando, de alguma forma, a sociedade ou o planeta, como um todo.
Ralph Arcanjo Chelotti, presidente da ABRH-Nacional (Associação Brasileira de Recursos Humanos) , explica que as empresas estão passando por um crescente processo de humanização após um longo período em que as pessoas eram preparadas, apenas, para desenvolver tarefas específicas. “As organizações começaram a entender a importância do empregado, de seu envolvimento no trabalho, de seu engajamento na busca de soluções inovadoras e criativas, que permitam dar sustentabilidade. Durante esse processo, elas perceberam que as pessoas que têm atividades voluntárias, e que se dispõem a dedicar uma parte de seu tempo, já escasso, em atividades sociais, são mais ricas no que diz respeito a interações sociais, criatividade e relacionamentos, daí o interesse crescente por esse tipo de profissional”.
O trabalho voluntário não é a porta de entrada para algumas empresas, mas ele ajuda na hora de conseguir a tão sonhada vaga de emprego. No entanto, mais do que isso, ele é um engrandecimento pessoal e espiritual, como conta Marcio Zeppelini, diretor da Diálogo Social, empresa especializada em treinamentos focados em responsabilidade social e Terceiro Setor, e consultor em comunicação e marketing para organizações do Terceiro Setor. “A realização pessoal do trabalho voluntário te faz sentir melhor e ver o mundo de forma diferente. Essa força que dá no próprio espírito da pessoa, acaba melhorando também todos os campos, familiar, social, profissional e, consequentemente, o financeiro. Por outro lado, um profissional, principalmente aquele que está em início de carreira, consegue muitas vezes a experiência que precisará colocar no currículo de forma voluntária. Então, por exemplo, um jornalista recém-formado, pode fazer matérias ou assessoria de imprensa para ONGs, gratuitamente, melhorando, acrescentando, e aumentando o seu currículo. Faz parte do crescimento desse profissional. Mesmo quando a pessoa já trabalha, e o seu interesse não é arrumar o primeiro emprego, existe o crescimento profissional, uma vez que ela está atuando em outros setores e ampliando o seu leque de conhecimento. E conhecimento é sempre bom, quanto mais melhor”.
Somada às vantagens citadas acima, Ralph acrescenta que o voluntariado é, também, uma excelente forma de construir relações e aumentar os círculos de relacionamento, que podem ser úteis, inclusive, em situações de desemprego. “Construir relacionamentos em outras esferas, além do trabalho, é útil em todas as situações, inclusive na construção de um novo posicionamento no mercado”.
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